Vítor E. Silva Souza
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Se você é meu/minha aluno(a) de Doutorado ou se interessa por uma oportunidade neste sentido, leia com atenção as dicas abaixo e, em caso de dúvidas, me procure para conversarmos.
O doutorado é uma pós-graduação stricto-sensu, ou seja, que tem como objetivo específico a formação acadêmica de um(a) professor(a) e/ou pesquisador(a). É o segundo nível dessa formação que, em geral, começa com o mestrado.
O doutorado pode ser visto como o processo de produção de uma tese de doutorado. A tese é como uma dissertação de mestrado, porém deve ser algo inédito, que contribua para o conhecimento da ciência e é de responsabilidade do(a) aluno(a) encontrar e resolver um problema de pesquisa. No mestrado, normalmente o(a) aluno(a) trabalha dentro de um projeto de pesquisa do orientador(a), que na maioria dos casos indica ao(à) aluno(a) qual o problema de pesquisa a ser resolvido e orienta-o(a) quanto ao caminho a ser seguido. O doutorado exige maior independência do(a) aluno(a).
Outra diferença que se pode fazer entre mestrado e doutorado é com relação ao tamanho da contribuição científica. Enquanto é possível concluir um mestrado com apenas um artigo publicado, para o doutorado espera-se que o(a) aluno(a) publique ao menos três artigos em veículos relevantes e bem qualificados. Melhor ainda se conseguir uma publicação em periódico (no PPGI, no caso, esse é um requisito! Leia mais abaixo). Por isso o(a) aluno(a) de doutorado conta com até 5 anos para realizar este trabalho (porém espera-se que se conclua em 4 anos), enquanto o Mestrado normalmente se conclui em 2 anos.
As dicas da Profª. Monalessa, sobre a dissertação de mestrado que também publiquei em minha página podem ser adaptadas para a tese de doutorado:
Após a conclusão bem-sucedida de um doutorado, o(a) aluno(a) recebe o título de Doutor(a), alcançando o mesmo patamar de titulação que seu/sua orientador(a), mesmo que, claro, não tenha tanta experiência quanto. No entanto, é esperado que ao final do curso, o(a) aluno(a) saiba mais do seu assunto específico de pesquisa do que o próprio orientador(a). Este é o nível de autonomia e independência que se espera de um aluno formado em um curso de doutorado.
Como aluno(a) de doutorado, você deve ter claro que é sua responsabilidade auto-organizar e gerenciar suas próprias metas e atividades. Durante o doutorado, você deve continuar a desenvolver sua maturidade para conduzir a pesquisa que lhe cabe realizar, tendo senso crítico e sendo questionador, mas também capaz de formular respostas e argumentação. Você deve ser capaz de superar os desafios que são típicos do curso: inicialmente definir o tema; em seguida delimitar o escopo; planejar como fazer o trabalho; efetivamente fazer o trabalho e apresentá-lo de forma adequada. Tais desafios também são comuns em um mestrado, porém o objetivo de se produzir algo novo e inovador, sem que o(a) professor(a) orientador(a) aponte exatamente o caminho a ser seguido traz desafios maiores ao doutorado.
Por outro lado, eu, como orientador, tenho o papel de orientar o trabalho, mas não fazê-lo diretamente, pois isso cabe a você. Além disso, eu não sou sua única fonte de conhecimento: você deve sempre procurar outras pessoas e material na Internet para auxiliar nas tarefas que deve realizar. O que você pode esperar de mim é que eu o alerte quanto a prazos (se você deveria estar mais adiantado(a)), qualidade (se o material que você vêm produzindo não possui qualidade suficiente) e oportunidades.
Durante o período do doutorado faremos reuniões periódicas para acompanhamento do trabalho. Nos semestres em que você estiver cursando disciplina de Estudo Dirigido (ED), tais reuniões poderão ser exclusivas (apenas com os alunos matriculados no ED, que em geral é um só). Quando não houver ED, o acompanhamento continua sendo feito nas reuniões do grupo de pesquisa, que também são semanais, mas envolvem todos que fazem pesquisa (Iniciação Científica, Mestrado, Doutorado) na mesma área de interesse. Quando sentir necessidade de uma reunião extraordinária, você pode agendar um horário comigo.
Todos meus compromissos (incluindo os agendados na plataforma YouCanBook.Me) são marcados em minha agenda do Google. Sugiro que você tenha uma conta Google para que eu possa adicioná-lo(a) à reunião como convidado(a) e você seja notificado(a) do horário da reunião e possíveis remarcações para não perder um compromisso marcado.
Organizar, portanto, seu próprio cronograma de trabalho é fundamental. Nesse contexto, você não pode assumir que eu vou sempre revisar rapidamente o material que você me envia. Nunca deixe nada para a última hora e faça seu planejamento considerando os prazos de retorno.
Uma outra responsabilidade muito importante é ter conhecimento das regras e procedimentos burocráticos do programa, como descrito a seguir.
O PPGI, Programa de Pós-Graduação em Informática da UFES, é o programa responsável pelos cursos de Mestrado em Informática e Doutorado em Ciência da Computação na universidade. Uma navegação pelas páginas web do site do PPGI é recomendável.
A página de documentos e formulários, por exemplo, contém vários links interessantes. Em especial, o Regimento do PPGI e o Regulamento Geral da Pós-Graduação da UFES são leituras fundamentais para o aluno que deseja conhecer seus direitos e deveres com relação ao programa, evitando, assim, contratempos.
Dentre as informações contidas nas normas citadas acima, destaco (atualizado em Março 2020):
Relacionado ao que já foi dito anteriormente, é preciso que o(a) aluno(a) (você) tenha independência do(a) orientador(a) (eu). Precisar de orientação e ajuda é esperado, mas depender de mim para tudo demonstra falhas no seu perfil como candidato ao título de Doutor. Isso provavelmente será refletido na qualidade do trabalho, pois se eu tiver tempo para atender todas as suas solicitações, o trabalho poderá ficar bom, mas caso contrário ele provavelmente não terá boa qualidade. Isso é sinal de dependência em excesso.
Dependência em excesso também gera queda de produtividade. Eu, como professor, me interesso por atividades de pesquisa de mais alto nível. Se tiver que constantemente realizar atividades que deveriam ser do(a) aluno(a), meu interesse por aquele trabalho cai e o(a) aluno(a) tende a ficar “no fim da fila” dentre as minhas pendências (que são várias). Isso gera demora na minha resposta pra você e, consequentemente, atrasos no andamento do seu trabalho.
Além disso, você deve ser capaz de apresentar ideias e sugestões pertinentes para a melhoria e desenvolvimento do seu próprio trabalho. Algumas vezes, considerar apenas o que eu proponho/sugiro leva a limitações no trabalho, pois eu não sei tudo! Aliás, muito pelo contrário: o desenvolvimento de um trabalho de doutorado é um processo de aprendizado mútuo — tanto eu quanto você aprendemos durante esse período. Mais próximo do final, é esperado que você seja mais conhecedor(a)/defensor(a) de seu trabalho do que eu. Dicas apresentadas anteriormente (procurar materiais na Internet, conversar com outras pessoas, assistir outros trabalhos, etc.) podem ajudar a instigar novas ideias e sugestões.
Tornar-se independente deve ser um de seus objetivos/desafios principais durante o doutorado, sendo fundamental para a conclusão do mesmo com sucesso.